MORO VÊ FIM DA LAVA-JATO EM CURITIBA; RELEMBRE TODAS AS FASES DA OPERAÇÃO

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O juiz Sergio Moro voltou a afirmar nesta segunda-feira que a Lava-Jato em Curitiba pode estar chegando ao fim, mesmo que ainda existam “casos relevantes” para julgamento em suas mãos. O magistrado discursou num almoço em São Paulo, durante o recebimento do Prêmio Notre Dame, da Universidade de Notre Dame, localizada no estado de Indiana, nos Estados Unidos.

— Atualmente, a operação Lava-Jato em Curitiba está possivelmente chegando ao fim. Ainda há investigações e casos relevantes em andamento (na capital paranaense), mas uma grande parte do trabalho já foi feita. (…) Os esforços de combate à corrupção não dependem mais de Curitiba — disse ele.

O magistrado, que relata cansaço desde o ano passado pelo trabalho acumulado com a operação, afirmou que diversos casos já foram julgados e ressaltou que pessoas “poderosas” foram punidas.

— Vários casos já foram julgados e vários criminosos poderosos estão cumprindo pena após terem sido condenados em um julgamento público e com o devido processo legal. As pessoas que pagavam (propina), grande parte já foi processada; as pessoas que receberam e não tinham foro privilegiado, igualmente — afirmou.

Moro também elogiou o trabalho que outras jurisdições desempenham na condução dos casos:

— Atualmente, outros juízes estão desempenhando um papel importante e realizando um trabalho fantástico em outras jurisdições. Por exemplo, em Campo Grande, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília. O Supremo Tribunal Federal está também fazendo a sua parte.

CAMINHO DO DINHEIRO

A maior operação de combate à corrupção no país já dura três anos e meio. Começou no dia 17 de março de 2014, com a prisão de 24 pessoas acusadas de lavagem e desvio de dinheiro, evasão de divisas, entre outros crimes.

Um grupo de doleiros foi descoberto em um esquema ilícito, que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Entre os presos, estava o doleiro Alberto Youssef, já conhecido em investigações da Justiça.

Depois, no dia 20 de março daquele ano de 2014, a Polícia Ferderal (PF) prendeu preventivamente o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Investigações mostraram que Costa recebeu de presente de Alberto Youssef uma Land Rover. O ex-diretor era suspeito de envolvimento com os integrantes da quadrilha de doleiros e tentava destruir provas que o ligavam a Youssef.

Atualmente, a operação está em sua 45ª fase, batizada de Abate 2, deflagrada no último dia 23 de agosto. Os principais alvos foram Tiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e o ex-deputado federal Sérgio Tourinho Dantas.

A ação investiga interlocutores que ajudaram a beneficiar a empresa americana Sargeant Marine, fornecedora da Petrobras. Cedraz havia sido citado pelo delator Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC Engenharia. Ele afirmou que obtia informações privilegiadas no TCU, tendo o advogado como intermediário.

Apenas na primeira instância no Paraná, sob a responsabilidade de Moro, já houve 165 condenações contra 107 pessoas. No total, já foram repatriados R$ 756,9 milhões. Os números são do Ministério Público Federal (MPF).

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Conteúdo original O GLOBO