APÓS O CIRCO PEGAR FOGO, ALTO ESCALÃO DO JUDICIÁRIO COMEÇA A CORRER DESESPERADO

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O STF é especialmente conhecido por sua imensa lentidão. Normalmente os processos se arrastam por meses ou até mesmo anos, sempre muito vagarosamente. No entanto, desde segunda feira as coisas têm acontecido com bem mais velocidade. Parece que agora nossos ministros conseguem tomar decisões com rapidez e com muita clareza.

Veja, por exemplo, que Edson Fachin estava enrolando há meses para retirar o sigilo das negociações entre Joesley Batista e a PGR no acordo de impunidade. No entanto, após uma reviravolta não tão surpreendente, ele tomou esta decisão de um dia para o outro e resolveu finalmente retirar o sigilo.

Janot, por sua vez, fez em dois dias o que não tinha feito em dois anos. Incrivelmente, apresentou denúncias contra vários petistas, mesmo que já pudesse tê-las apresentado há pelo menos um ano. Ele também resolveu divulgar informações de todo tipo e, assim do nada, em entrevista, disse ter “medo de errar”.

Seria até emocionante, não fosse o fato de que Janot costuma apresentar denúncias fraquíssimas como fez com Temer e Aécio, além do fato de ele ter decidido fazer tudo isso já no fim de seu mandato, justamente quando uma pessoa que não é sua aliada vai assumir o cargo. Parece o tipo de coisa que alguém faria para desviar atenção…

De repente, Cármen Lúcia faz pronunciamento e exige que tudo seja apurado nos mínimos detalhes, e assim a coisa vai entre os ministros que da noite para o dia resolveram mostrar serviço ao país.

Será que isso tudo tem a ver com o fato de diversos magistrados da Suprema Corte terem sido citados nas conversas entre Joesley e Saud? Será que tem a ver, também, com o fato de que Raquel Dodge está prestes a assumir a PGR e que se Janot não divulgasse esses áudios agora, ela o faria? Será que não existe relação direta entre a divulgação dos áudios que Janot escondeu por meses e a retirada do sigilo de Fachin sobre o acordo?

Estas são perguntas ainda a serem respondidas.