Aliados avaliam risco de nova denúncia com aumento da reprovação a Temer

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Sem rede de proteção Partidos governistas se dividem sobre o caminho a seguir se Michel Temer for alvo de uma terceira denúncia criminal, no momento em que sua impopularidade alcança novo patamar. Líderes do centrão dizem que não faria sentido afastá-lo da Presidência a poucos meses da eleição, se nova acusação for encaminhada à Câmara. Integrantes de outras siglas aliadas acham que, com apenas 3% de aprovação, Temer não teria força para resistir a outra ofensiva da Procuradoria-Geral da República.

Voz das ruas Quem vê riscos para o presidente em caso de nova denúncia acredita que ela poderia mobilizar a sociedade e parte das elites contra Temer, como ocorreu com a paralisação dos caminhoneiros, que levou industriais e ruralistas a criticar o governo.

Deixa disso O grupo que não enxerga vantagem em votar nova acusação contra o emedebista diz que, a essa altura, uma denúncia poderia tumultuar a eleição e aumentar a fragilidade das instituições.

Inverno passado Em agosto do ano passado, quando a Câmara barrou a primeira denúncia da PGR contra Temer, o governo era aprovado por 7% dos brasileiros. Em outubro, quando os deputados rejeitaram a segunda denúncia, só 5% apoiavam o presidente.

Até eles Embora Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha 30% das intenções de voto mesmo após dois meses na prisão, o Datafolha captou sinais de que até os mais fieis eleitores lulistas se distanciaram depois que ele saiu de cena.

Esqueceram de mim Quando os eleitores expressam preferências espontaneamente, sem analisar a lista de candidatos, o petista só é mais lembrado do que Jair Bolsonaro (PSL) no Nordeste e pelos que têm renda mais baixa —e as menções a Lula caíram nos dois segmentos desde abril.

Senso comum Apesar de haver dúvida sobre a forma como a Justiça irá barrar a candidatura do ex-presidente, petistas e integrantes do Tribunal Superior Eleitoral concordam na avaliação de que o placar na corte será desfavorável a Lula.

Façam fila Mesmo que o registro não seja impugnado de ofício no TSE, o PT se prepara para uma avalanche de pedidos contra Lula. O Ministério Público, candidatos e partidos podem pedir impugnação.

Pouco pirão Com 400 candidatos à Câmara dos Deputados em todo o país e a esperança de eleger até 40, o PSL ainda discute com Jair Bolsonaro a melhor maneira de financiar suas campanhas.

Pires na mão O presidenciável não quer dividir com eles o fundo eleitoral partidário e sugere que se financiem por meio de vaquinhas virtuais. Os candidatos do PSL temem fracassar na internet e querem parte das contribuições que o próprio Bolsonaro recolherá por meio de crowdfunding.

Enxugando gelo Integrantes do TSE e advogados que acompanham os esforços para controlar a disseminação de notícias falsas na campanha concluíram que será muito difícil conter a circulação de boatos e mentiras no WhatsApp.

Contra o tempo Mesmo que a origem das mensagens seja identificada, muitas são disparadas automaticamente para grupos com centenas de membros. Coibi-las exigiria investimentos da Polícia Federal e investigações demoradas, dizem os especialistas.

Também quero Sindicalistas da CUT (Central Única dos Trabalhadores) pedirão para visitar o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto na cadeia, argumentando que Lula foi autorizado a receber visitas de políticos na prisão, e não só de advogados e familiares.

Na gaveta Os amigos de Vaccari haviam pedido para visitá-lo antes, mas o juiz Sergio Moro encaminhou o caso à direção da penitenciária em que o ex-tesoureiro cumpre pena e até hoje não houve resposta. O petista está preso desde 2015.

Agora vai Está pronta a medida provisória que destinará recursos da loteria esportiva para a segurança pública. A expectativa é que a proposta destine R$ 4 bilhões para a União e os estados em 2019.

Folha