Libertação de Dirceu é considerada “cereja no bolo” por ministros da 2ª turma – mas haverá “grand finale”

AAxZ9YG

 “Aspetta il baritono!!!”, disse um dos ministros, com cadeira na 2ª Turma, informa o Estadão

Em uma das decisões mais polêmicas dos últimos tempos, os ministros da 2ª turma do STF (Supremo Tribunal Federal) libertaram o ex-ministro petista José Dirceu. A medida, de acordo com a Coluna do Estadão, foi considerada por ministros da turma como “a cereja no bolo” – mas ainda haverá um “grande finale”.

“Aspetta il baritono!!!”, disse um deles, com cadeira na 2ª Turma. Ou, “em tradução livre”, conforme aponta a publicação: “Ah, tão me achando ruim, né? Esperem o barítono”.

Além de “rever” a prisão após segunda instância no caso de Dirceu, nos últimos dias o Supremo acabou com a condução coercitiva e rejeitou denúncia com base em delação. Um dos juízes resumiu a semana do seu ponto de vista: “As coisas vão voltar para os eixos. O campeão voltou”.

A Segunda Turma é formada por Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Celso de Mello. Graças ao alinhamento de Dias Toffoli, Mendes e Lewandowski nas decisões, grande parte das medidas do Supremo afetou a Lava Jato.

Na última terça-feira, além de soltar alvos da Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-assessor do PP João Cláudio Genu, a Segunda Turma anulou provas contra a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Paulo Bernardo, na Operação Custo Brasil, e trancou a ação contra o deputado estadual paulista Fernando Capez (PSDB), na Alba Branca. O decano Celso de Mello não estava presente na sessão e Fachin saiu derrotado em todas as votações.

Segundo a Coluna do Estadão, quem acompanha os movimentos do trio diz que ele volta a atuar com força em meados de setembro, quando Toffoli assume a presidência do Supremo. “Até lá, diz um ministro, Lula não será solto”, informa a publicação.

Vale ressaltar que os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram nesta semana uma nova ação ao STF para tentar reverter a decisão do ministro Edson Fachin de remeter o pedido de liberdade do ex-presidente para julgamento no plenário da Corte [visto como mais desfavorável a Lula], ao invés da Segunda Turma do Supremo. O envio ao plenário teria sido uma manobra de Fachin para evitar nova derrota na 2ª turma.

Estadão