Moro diz a ex-presidente do PT que audiência não é lugar de propaganda política

 

HR SÃO PAULO/SP 27/11/2017 - FÓRUM VEJA: AMARELAS AO VIVO POLITICA - Jornalistas e colunistas da Revista Veja

O juiz Sergio Moro voltou a interromper a fala de uma testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante depoimento. Ao participar de audiência na manhã desta segunda-feira, Rui Falcão, afirmou estar preocupado porque Lula está sendo perseguido para não ser candidato, depois de perguntado sobre sua relação com o ex-presidente.

– Não é propaganda política aqui Senhor Rui. Não é o momento de o senhor fazer isso – disse Moro.

Falcão disse que estava apenas respondendo à pergunta da defesa. Moro disse que não parecia o caso e que ele deveria se limitar a responder as perguntas.

Esta é a segunda vez que Moro fala em propaganda de Lula durante audiência. Na semana passada, ele interrompeu o escritor Fernando de Morais depois que este relatou um elogio de Bono Vox ao ex-presidente.

O ex-presidente do PT negou qualquer ato ilícito praticado por Lula ou pelo partido para compra de apoio político e que não tinha qualquer conhecimento sobre vantagens indevidas pagas pela Odebrecht e OAS. As duas construtoras fizeram reformas no sítio de Atibaia, que segundo o Ministério Público Federal beneficiaram Lula com base em valores tirados de contratos da Petrobras.

O depoimento de Falcão durou apenas sete minutos. Tão logo a defesa de Lula terminou suas perguntas, Moro perguntou se alguém mais queria ouvir a testemunha e encerrou a audiência.

Também nesta segunda-feira, Moro considerou prejudicado o pedido da defesa de Lula para ouvir Jacó Bittar, ex-sindicalista e amigo de longa data de Lula, que sofre do Mal de Parkinson. O sítio de Atibaia está em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar.

Moro considerou que o depoimento de Jacó Bittar teria relevância duvidosa no caso, já que o processo envolve um filho dele, e que um depoimento por escrito prejudicaria a acusação.

InfoMoney

Má notícia para Gleisi em seu ‘Dia D’

Esta terça-feira, 19, é o “Dia D” para Gleisi Hoffmann no STF. E antes mesmo do julgamento começar a senadora já saiu perdendo. De acordo com O Antagonista, a Procuradoria-Geral da República enviou um memorial para o Supremo pedindo a condenação da petista

Ela, junto de seu marido, Paulo Bernardo e do empresário Ernesto Kugler  foram denunciados por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. “A senadora locupletou-se dolosamente de todo um esquema de ilegalidades praticados na Petrobras e, também por isso, deixou de cumprir com seu dever de fiscalização”, escreveu Raquel Dodge no memorial.

Operação investiga sonegação fiscal para comercialização de café

A Receita Estadual de Minas Gerais, o Ministério Público (MPMG) e a Polícia Civil deflagraram na manhã desta terça-feira  a operação Grão Brocado para  combater fraudes na comercialização do café no interior de Minas Gerais, no Distrito Federal e no Paraná.

Estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, dez mandados de prisão temporária e um de prisão preventiva. Também foram autorizadas as quebras de sigilo fiscal e bancário de mais de 30 contribuintes sediados nas três unidades de federação. Em Minas Gerais, as ações estão concentradas nos municípios de Patrocínio, Santana da Vargem, Machado, Varginha e Três Pontas.

De acordo com a Receita Federal,  investigações revelaram  uma organização criminosa arquitetada para sonegar tributos incidentes no comércio de grãos de café, especialmente destinados à exportação.

Unidade operacional

Conforme apurado, entre os anos de 2016 e 2018, empresas de fachada, conhecidas como “noteiras”, emitiram mais de R$ 3 bilhões em notas fiscais simulando operações e negócios para evitar o recolhimento dos impostos devidos.

As investigações indicam que as empresas envolvidas mantêm uma espécie de unidade operacional de controle, cujo propósito é beneficiar terceiros criando falsos intermediários na cadeia de comercialização de grãos.

Foi apurado que o esquema criminoso visava ocultar os verdadeiros responsáveis pelo recolhimento do Funrural e pelo aproveitamento indevido de créditos do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), permitindo reduzir o valor do Imposto de Renda devido pelas reais beneficiárias e pelos produtores rurais.

Participam da operação 21 servidores da Receita Federal, 42 servidores da Receita Estadual, 72 Policiais Civis e cinco promotores de Justiça.

No início da tarde desta terça-feira, haverá uma coletiva para mais informações sobre a operação.

Grão brocado

Na linguagem do setor, grão brocado é aquele danificado pela broca, um parasita dos cafezais. O nome da operação refere-se aos vários agentes intermediários entre o produtor e a indústria, que estão sob investigação e atuam como verdadeiros parasitas, operando um esquema criminoso de sonegação de tributos estaduais e federais, o que também reduz a participação dos municípios nos recursos repassados pelo Estado – baseada no Valor Adicionado Fiscal (VAF) -, prejudicando o custeio da saúde, educação e demais serviços prestados pelas prefeituras, além de causar desequilíbrio no mercado..