Procuradores pedem condenação de Lula a três dias das eleições

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A três dias do primeiro turno das eleições, o Ministério Público Federal pediu uma nova condenação de Lula por supostas propinas recebidas da Odebrecht, na forma de um terreno de 12 milhões de reais onde seria erguida a sede do Instituto Lula e de uma cobertura vizinha à residência do ex-presidente em São Bernardo.

O MPF pede a condenação de Lula por nove atos de corrupção passiva e sete atos de lavagem de dinheiro. O ex-ministro Antonio Palocci, seu braço direito Branilsav Kontic, os empresários Marcelo Odebrecht e Paulo Melo, Demerval de Souza Gusmão filho, o engenheiro Glaucos da Costamarques e o advogado Roberto Teixeira também são considerados culpados pelos procuradores.

A Procuradoria cobra de Lula, preso em Curitiba desde abril deste ano, um montante de mais de 75 milhões de reais, valor supostamente correspondente “ao valor total da porcentagem da propina paga pelo Grupo Odebrecht em razão das contratações dos Consórcios  Conpar, Refinaria Abreu e Lima, Terraplanagem Comperj, Odebei Plangás, Odebrei Flare, Odetech e Rio Paraguaçu’.”

Na peça, os procuradores buscam analisar a atuação de Lula no exercício da Presidência. Afirmam que o petista “‘foi o principal responsável pelo esquema de macrocorrupção estabelecido na Administração Pública Federal, destacadamente a distribuição das Diretorias da Petrobrás, com vistas à arrecadação de propinas, em benefício do enriquecimento de agentes públicos, da perpetuação criminosa no poder e da compra de apoio político de agremiações a fim de garantir a fidelidade destas ao governo federal”.

Eles afirmam que Lula atuou na nomeação e na manutenção de diretores da Petrobras como Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Zelada e que tinha “ciência acerca do uso dos cargos para a arrecadação, juntos a empresários com contratos públicos, de propinas”.

Segundo a acusação, o terreno em São Bernardo foi adquirido e teve sua manutenção custeada com recursos ilícitos do “caixa geral de propinas” do PT junto a Odebrecht.

Em nota, a defesa de Lula diz ver “perseguição política” e afirmou que o ex-presidente não praticou qualquer crime ou recebeu qualquer benefício “em troca de atos praticados na condição de Chefe de Estado e Chefe de Governo.

“Escreveram 408 folhas com um discurso contra Lula, sem conseguir comprovar os fatos afirmados na denúncia, porque jamais ocorreram. Segundo a farsesca hipótese acusatória, Lula teria nomeado diretores da Petrobras em 2003 e 2004 para beneficiar empreiteiras e desviar recursos de contratos firmados pela petrolífera e teria recebido, em contrapartida, em 2011, a propriedade dissimulada de dois imóveis”, diz a defesa.

Carta Capital